Cravo e Canela

sexta-feira, 5 de agosto de 2011



Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia. Esse jeito de ouvir além dos olhos, de ver além dos ouvidos, de sentir a textura do sentimento alheio tão clara no próprio coração e tantas vezes até doer ou sorrir junto com toda sinceridade. Essa sensação, de vez em quando, de ser estrangeiro e não saber falar o idioma local, de ser meio ET, uma espécie de sobrevivente de uma civilização extinta. Essa intensidade toda em tempo de ternura minguada. Esse amor tão vívido em terra em que a maioria parece se assustar mais com o afeto do que com a indelicadeza. Esse cuidado espontâneo com os outros. Essa vontade tão pura de que ninguém sofra por nada. Esse melindre de ferir por saber, com nitidez, como dói se sentir ferido.

Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia. Essa saudade, que às vezes faz a alma marejar, de um lugar que não se sabe onde é, mas que existe, é claro que existe. Essa possibilidade de se experimentar a dor, quando a dor chega, com a mesma verdade com que se experimenta a alegria. Essa incapacidade de não se admirar com o encanto grandioso que também mora na sutileza. Essa vontade de espalhar buquês de sorrisos por aí, porque os sensíveis, por mais que chorem de vez em quando, não deixam adormecer a ideia de um mundo que possa acordar sorrindo. Pra toda gente. Pra todo ser. Pra toda vida.

Eu até já tentei ser diferente, por medo de doer, mas não tem jeito: só consigo ser igual a mim.


Ana Jácomo


Esse texto da Ana, deve tocar alguns de vocês que passam por aqui, assim como cai feito luva nas minhas mãos. Eu as vezes fico pensando que nasci para cuidar mesmo e tenho maior prazer. Ainda sinto dor quando alguém me fala sobre sonhos que tiveram, amores não correspondidos, depressões que assolam  pessoas que você jamais imaginaria na vida que pudesse acontecer e eu me pego com a voz embargada [tenho dor de barriga e tudo]. Óbvio que momentaneamente, QUANDO arrumo uma brecha falo mesmo. Eu ando revendo alguns conceitos de amizade, sabe! Sinto que têm gente precisando de mim e das bobagem que falo só pra ver um belo sorriso no rosto. Eu sempre fui despretensiosa em algumas coisas que entendo, mas meio que faço de conta que não sei, só para ver o prazer da pessoa em ensinar-me o novo. Sabe por que? É bom demais você saber que ensinou algo de novo a alguém, isso dá fôlego. Falei bobagem? Nada... Alguém já deve ter feito isso também. É bom demais ajudar alguém que quer ser ajudado. É bom demais saber que existem pessoas que torcem por você mesmo que distante. É bom demais você não precisar de máscaras para ser aceita(o). Eu sou essa aqui mesmo. Menina moleca que fala pelos cotovelos. Faz amizade em fila de açougue, banco, lotérica. Sou mais filha que mãe hoje em dia. Meus filhos são o máximo. E minha mãe é minha filha.(Rsrsrs) Sou marreta, mas só por um segundo. Não sou católica, mas meus amigos fazem promessa para eu pagar eu faço bem direitinho :D. Sou da Paz. Sou do bem, sou filha do Rei, por isso sou feliz mesmo tendo um monte de problemas.Obrigada Deus pela minha saúde dos meus filhos, família e amigos. Amém.

2 comentários:

Ines Siqueira

Você é incrivel!

Susie

Vc e isso ai msm, desde aquele tempo, o q mudou foi pra melhor, mesmo distante estou contigo e nao abro, bjao!!!