Cravo e Canela

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

O equilíbrio sutil das palavras


Aceitação – Pensar “então tá bom” em vez de “já que tem de ser assim”.

Alegria – Bloco de carnaval que não liga se não é Fevereiro.

Ansiedade – Quando faltam cinco minutos sempre para o que quer que seja.

Beijo – Um carimbo que serve para mostrar que a gente gosta daquilo.

Calma – Quando as agonias dormem profundamente dentro da gente.

Certeza – Quando a idéia cansa de procurar e pára.

Dor – É tudo aquilo que dá vontade de dizer “ai” lá de dentro do peito, seja topada, perda, cascudo ou abandono.

Desculpa – Uma frase que pretende ser um beijo.

Elogio – É quando a frase surte efeito de champanhe.

Encontro – A reunião formada pelo que procurava, pelo achado e pelo acaso.

Engano – Quando era para ser, mas não era.

Fantasia – Qualquer tipo de “já pensou se fosse assim?”.

– É toda certeza que dispensa provas.

Fidelidade – Um trato que você faz com você mesmo de cumprir os tratos que você fez com os outros.

Flerte – Quando se joga escravos-de-jó com os olhos.

Fracasso – O sentimento que vem antes do “dessa vez eu consigo, quer ver?”

Franqueza – É quando as verdades querem sair e saem mesmo e pronto.

Gula – Quando chocolate é mais importante que espelho.

Harmonia – Quando os olhos, os ouvidos, a boca e o coração sorriem ao mesmo tempo.

Idade – Aquilo que você tem certeza que vai ganhar de aniversário, queira ou não queira.

Indecisão – É quando você sabe muito bem o que quer, mas acha que deveria querer outra coisa.

Interesse – Ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.

Irritação – Um alarme de carro que dispara bem no meio do seu peito.

Joaninha – Bichinho que deve ter nascido num dia em que a Criação estava especialmente bem-humorada.

Liberdade – Um azul que atrai e espanta ao mesmo tempo.

Loucura – É coisa que quem não tem só pode ser completamente louco.

Lucidez – É quando o pensamento não está fora de foco.

Mãe – É aquilo que dá vontade de gritar quando a gente não sabe o que fazer.

Maturidade – Quando o enredo da pessoa se depara com sua trama central.

Ousadia – É quando o coração diz para a coragem “vá” e a coragem vai mesmo.

Paixão – Quando apesar da palavra “perigo” o desejo vai e entra.

Quase – É o curinga de toda incerteza.

Rancor – Quando o fundo do coração não consegue dizer “deixa pra lá”.

Recordação – Quando um pedacinho do passado volta ainda mais enfeitado.

Sentimento – A língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.

Xeque-mate – Quando só resta ao rei imitar o poeta e pedir um tango argentino.

– Única palavra do dicionário das aves traduzida para o português.

Zangado – Um anãozinho da Branca de Neve que baixa na gente de vez em quando.

PEQUENO DICIONÁRIO AMOROSO

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