Cravo e Canela

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A morte a cada dia



A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida que eu já tô ficando craque em ressurreição. 
Bobeou eu tô morrendo, na minha extrema pulsão, na minha extrema-unção, na minha extrema menção de acordar viva todo dia.
Há dores que sinceramente eu não resolvo, sucumbo. Há nós que não dissolvo e me torno moribundo de doer daquele corte do haver sangramento e forte que vem no mesmo malote das coisas queridas, vem dentro dosamores dentro das perdas de coisas antes possuídas dentro das alegrias havidas. 
Há porradas que não tem saída há um monte de "não era isso que eu queria" Outro dia, acabei de morrer depois de uma crise sobre o existencialismo 3º mundo, ideologia e inflação...
A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida ensaiar mil vezes a séria despedida a morte real do gastamento do corpo a coisa mal resolvida daquela morte florida cheia de pêsames nos ombros dos parentes chorosos cheio do sorriso culpado dos inimigos invejosos que já to ficando especialista em renascimento. 
Hoje, praticamente, eu morro quando quero: às vezes só porque não foi um bom desfecho ou porque eu não concordo Ou uma bela puxada no tapete ou porque eu mesma me enrolo Não dá outra: tiro o chinelo... E dou uma morrida! Não atendo telefone, campainha... Fico aí camisolenta em estado de éter nem zangada, nem histérica, nem puta da vida! Tô nocauteada, tô morrida!
 Por Elisa Lucinda


"Eu não vou mesmo perder essa esperança que me conduz a ter tudo novo de novo.Essa busca por felicidade, essa inquietude que me move e me leva a caminhos, que muitas vezes, não são os que eu imaginei. Faz parte dessa procura incessante, dessa angústia interna, dessa caminhada por um fio de sensibilidade que transborda em muitos momentos de alegria".

Denise Portes

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